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- Livro de Habacuque
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O Profeta Habacuque – O Triunfo da Fé Inabalável Habacuque 1 a 3

 

Chega a vez de estudarmos o profeta Habacuque, conhecido também como o profeta chorão ou reclamão. O nome Habacuque significa “Aquele que abraça”, de origem provavelmente caldaico-babilônica. A mensagem do profeta se dirige especialmente aos gentios (referindo-se aos babilônicos) e a Judá (reino do sul que estava para ser castigado por Deus através dos babilônios). Habacuque profetizou no período de 609 a 598 a.C. e cuja história pode ser lida em 2 Reis 23:28 - 2 Reis 24. Habacuque escreveu durante o reino de Jeoiaquim (Judá) e foi contemporâneo de Jeremias, Daniel e Ezequiel. A cidade de Nínive caiu por volta de 612 a.C. Certamente após o cumprimento da profecia de Naum, Habacuque revelou sua visão da queda do reino babilônico. Os assírios já haviam ido e o império caldeu estava chagando ao triunfo do domínio. Os caldeus, não os Assírios, é que iriam conquistar o reino do Sul – Judá, e a profecia de Habacuque quando o reticente reino do sul (Judá) reconheceu o perigo iminente da chegada do novo conquistador do mundo. Em 605 a.C., Nabucodonosor já havia levado Daniel, com muitos outros nobres, para o cativeiro chamado babilônico, sendo que a deportação geral foi seguida de uma segunda leva em 597 a.C. A destruição final de Jerusalém foi em 586 a.C. A descrição feita por Habacuque parece aludir a todos os três eventos. O profeta Habacuque falou de aflições. Escreveu com ternura que se assemelha a de seu contemporâneo, o profeta Jeremias. Do ponto de vista profético viu os caldeus invadirem a sua terra natal, o templo e a abolição do culto sagrado, o país devastado e o povo exilado. Sua profecia é repleta de desprezo, escárnio e desolação, mas não sem esperança. Sua profecia contém todas as glórias e excelências da profecia poética. Abre com um quadro muito animado – a marcha do conquistador, e fecha com outro – a canção sublime de louvor e oração. O contexto profético é então o do poder babilônico tornando-se o poder mundial dominante e Judá iria cedo sentir a sua força dominadora e destruidora. O propósito de Deus nesta profecia é o de mostrar que Deus ainda está no controle do mundo apesar do aparente triunfo do mal. É deste contexto de desolação desesperadora que surge uma expressão de vitória que ecoa através dos séculos até hoje, mas cada vez menos aplicada na prática “O justo viverá da fé!”. Este versículo (2:4) é mencionado 3 vezes no NT – Rm 1:17; Gal 3:11 e Hb 10:38. Impressiona-nos ver como o profeta não consegue mais esperar, oprimido pela situação desoladora do futuro iminente – 1:2, 3, 13; 2:1 – expressões que expressam “quanto tempo mais... por que?” – mas aprende uma lição – expressa em 2:4 baseada no v.3 (anterior) – que o justo há de viver pela fé. Anos antes Isaías havia alertado por antecipação o rei Ezequias acerca de seu trono ser levado para a Babilônia (Is 39:6, 7). Obadias falou do destino de Edom; Naum falou do destino da Assíria e agora Habacuque denuncia o destino da Babilônia! Vemos como Deus governa a história e sempre procura o bem de Seu próprio povo e este não aprende – juntamo-nos aqui a Habacuque clamando: por quanto tempo mais? A divisão do livro de Habacuque decorre naturalmente dos primeiros pensamentos de cada capítulo. O cap.1 mostra uma “Responsabilidade” – que é a fé trabalhando com um problema; o cap.2 nos mostra uma “Visão” – que é a fé compreendendo a solução; e o cap. 3 nos mostra uma “Oração” – que é a fé se gloriando na certeza! No cap. 1 (a responsabilidade da fé trabalhando com um problema) o profeta está perplexo e preocupado com o silêncio de Deus diante da proliferação de tanto pecado. Daí ele clama (literalmente: grita) a Deus (vs. 2-4) e Deus lhe responde nos vs. 5-11. Esta experiência leva o profeta a esperar, que é demonstrado em 2:1. A partir do cap. 2:4 Deus concede ao profeta uma visão maravilhosa, levando o profeta a compreender uma solução pela fé, na qual encontramos duas grandes promessas – v.4 e 14. O v.4 é de tamanha importância que vem a ser mencionado 3 vezes no NT com dito antes. Já o v.14 tem que ser lido, obrigatoriamente, à luz de Mat 24:30; 25:31 e 2 Tes 1:7, pois claramente aponta para o início do Reino Eterno de Jesus Cristo após o juízo. Não podemos esquecer que esta visão dada ao profeta tem momento marcado na história, o que decorre do v.3, onde Deus dia z Habacuque que a “visão é para um tempo determinado – espere por ela – certamente virá”. Desta maneira Deus diz ao profeta: “espera, fique calmo, Eu estou no controle e isto não perdurará para sempre”. No cap. 3 o profeta responde com uma oração demonstrando sua fé gloriando na certeza da promessa de Deus. A oração inicia com um apelo a um reavivamento (3:2). A partir daí há uma expressão de louvor nas obras de Deus, passadas e presentes. Na última parte (v. 16-19) nós temos a alegria da salvação = o riso da fé. Ao estudarmos o profeta Habacuque, surgem algumas questões honestas com as quais o povo e o profeta tinham dificuldades para entender e confiar em Deus. O livro responde a estas questões: 1. Como Deus pode usar um instrumento tão maligno como os caldeus para a execução de Seu propósito? 2. Propósito divino poderia ser justificado em tais eventos? 3. Por que os maus parecem triunfar enquanto os justos sofrem? Estas questões nos levam a algumas conclusões teológicas necessárias de serem consideradas: 1. A natureza do governo de Deus é moral. O governo justo de Seu mundo pode não ser imediatamente perceptível a nós, mas no final se tornará aparente. Enquanto isto Deus chama o Seu povo à fidelidade através de tempos bons e maus até que o Seu Dia finalmente chegar. 2. A tirania é um suicídio! O mal carrega em si mesmo a semente de sua própria destruição. A ganância e o orgulho levarão, no final, à conclusão de que “a labuta do povoe apenas combustível para o fogo”. Nos negócios das nações assume-se a lei da retribuição (2:8). 3. A suprema expressão de “o justo pela sua fé viverá” (2:4b) – mostra que fidelidade é confiabilidade e permanência da confiança. Os justos não são moralmente perfeitos, mas persistentemente féis, mesmo em meio a perigos presentes e perplexidades. Compare com Rom 1:17 e Gal 3:11. Como no estudo do profeta Habacuque aprendemos algumas preciosas lições para os nossos dias de hoje. As lições que são para o mundo em geral são: 1. Observar que a vida e a história mostram que Deus ainda está no controle dos rumos e dos fatos da história. A despeito dos povos que habitam esta terra crerem que o Deus de Israel, o Messias, não existir ou ser apenas mais uma opção religiosa, Deus está no controle da história. 2. A despeito da aparente situação atual de crescimento e vitória dos regimes deste mundo (mal), no final Deus irá reverter a situação. Isto ocorrerá quando menos os povos esperarem. 3. Só os que são fiéis a Deus Jeová serão agraciados com a vitória. Esta vitória é para os que reconhecem e dependem deste Deus único e verdadeiro, criador de todas as coisas. As lições para os salvos em Jesus Cristo, o estudo do profeta Habacuque ensina as seguintes lições espirituais: 1. O crente deve colocar os fatos de sua vida pessoal, os seus problemas, o seu fardo, diante de Deus em sincera e franca conversa em oração e, então, ESPERAR! 2. Mesmo que as circunstâncias aparentemente se apresentem sem saída ou sem solução, Deus sempre irá responder, mas isto a Seu tempo e do Seu modo. É esta lição que temos que aprender para não confundirmos com os acontecimentos ao nosso redor. 3. Nós, os salvos, podemos e devemos regozijar-nos em Deus, a despeito das circunstâncias. Isto porque o “mundo será cheio com o conhecimento e glória do Senhor”. 4. Esperança significa ir e olhar para além das nossas experiências diárias desagradáveis, olharmos para a alegria de conhecer Deus mais de perto e mesmo estarmos junto dEle! Meu amigo leitor, leve para perto do teu coração e do teu entendimento estas preciosas lições do profeta Habacuque, e então comece a experimentar uma verdadeira vida de vitória, vitória sobre as tuas perspectivas e esperanças pessoais que são baseadas na nossa humanidade e não na perspectiva do controle de Deus sobre a história. Deus te dê entendimento e te ilumine a tua compreensão das Suas obras perfeitas e eternas para que vivas para a honra e glória do nome que sobre todo nome: Jesus Cristo, salvador e senhor. Amém.

 

Elaborado por Claus Hinden, Pr (claus@pibrj.org.br)